Chega de chororo por hora. Essa frase do título, com certeza já foi dito muitas vezes, depois de eu me ausentar dos lugares. No começo, minha relação com a Duda (bengala) hoje mágica, naquela época, nós tínhamos uma relação de amor e ódio (não gosto dessa palavra, vou substitui-la por raiva). A Duda toda cheia de amor por mim, é paciente, é firme, mas de vez em quando dá uns cinco minuto, e cai pra lá, se solta e faz um barulho, crak, crak, (4 vezes) parece assim. Mas como disse, o meu relacionamento era sempre de raiva, vivia esquecendo ela, encostada no caixa do banco, na boca do caixa do mercados, no lado da gondola etc. Mas logo, era lembrada pelas pessoas que diziam assim: Moça? oi Moça ou Senhora, Senhora? está esquecendo sua bengala. Eu olhava para a pessoa e soltava um sorriso amarelo,(aquele da cor do burro quando foge), daqueles bem sem graça, de vergonha! claro. Afinal se sou deficiente visual! como esquecer minha bengala. E, as pessoas não sabem que baixa visão também pode fazer uso de uma bengala, daí ficava uma situação chata, como que eu estivesse fingindo. Bom!... eu pensava, que eles pensavam hehe. Eu sempre queria fazer as coisas no meu tempo de antes, até que hoje quando chego na boca de um caixa ou algo assim, primeiro fecho a Duda (hoje meu sentimento por ela é de amor) coloco-a em cima de algo, ou dentro da minha bolsa. Me recuso colocá-la no chão como um traste, mesmo porque depois fico com dificuldade de encontra-la e para pegá-la do chão, afinal meus pneus que teimam em permanecerem estacionados no meu estomago, dificultam esse ato. Não quero nem saber se tem fila atrás de mim, hoje é meu tempo que vale. Se tem alguém stressado atrás eu mando ir pescar. heheh brincadeirinha!
Quando eu ainda dirigia, mesmo com a dificuldade, porque os retrovisores faziam a vez do periférico, lá ia eu toda. toda. Após estacionar o carro, eu descia e pegava a bengala, mas o mais engraçado que a Duda ia no banco do carona, ainda bem que Deus foi benevolente comigo, pois poderia ter machucado pessoas inocentes pela minha teimosia em continuar no volante. Voces já pensaram como seria em uma dessas batidas estava eu dirigindo toda segura e depois saia fazendo uso da Duda. No mínimo seria altuada por falsa identidade, por direção perigosa. Mas prestem atenção na cena, depois me digam se não era hilária. A falsa cega, porque esquecia a bengala hehehe.
Hoje mais ajuizada e resignada não dirijo mais (mas ainda sei, sou capaz) não esqueço mais a bengala. Tenho um sentimento de gratidão a ela e a Deus que permitiu que alguém inventasse as Bengalas para nós deficientes visuais continuássemos a nossa locomoção. Continuando um pouco independente.
Beijos. Fiquem com Deus
Um comentário:
Primeiro: Cor de burro quando foge não é amarelo è...é...é... não sei!
mas não é amarelo!
Segundo: eu também já fiquei meio assim! será que ela é ceguinha mesmo?
Terceiro: seja muito amiga de sua amiga Duda.
Quarto e importantissimo:Que bom que voce esqueceu de um momento muito sofrido , viu como sou neurótica? sofri muito por voce naquele episódio. Bjs.
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