sexta-feira, 30 de setembro de 2022

A conversa

 A conversa em outros tempos, com certeza diriam que estou caduca. Foi assim; eu vovó Bel chamei a Alessa, como ela não ouviu, falei bem alto Alessa onde voce está? Quem me respondeu foi a Alexia. Disse assim estou aqui e moro no Brasil. Ri um monte. Ainda bem que sei que é essa tal de Alexia, senão já pensaria em uma comunicação extra terrestre. Essas inteligencias artificiais estão demais. Bom dia. Bel Talarico

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Quando eu saio

 Quando saio  de casa me deparo deveras com minha deficiência. Dentro de casa não uso bengala, na maioria das vezes é melhor não usar o óculos. Sei onde estão as coisas, porém quando não estou na minha casa, se tiram do lugar e não me avisam, fica difícil. Mesmo assim é bem mais fácil. O bicho pega: quando estou na rua, em ambiente aberto, e pasmem era para ser conhecido, mas tem tanto buracos, tranqueiras, calçamento estragado, entrada para carro com relevo e etc.. Uso bengala verde, mas poucos sabem porque verde. Até a natureza tão linda e maravilhosa me dificulta. Quando muito sol, não enxergo, quando escuro para chuva não enxergo. Poxa!! Bel que coisa chata, pare de reclamar, sabes que tens baixa visão, que és cega parcial e assim por diante. Aí gente bonita, fico tensa, ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso, porque já chorei de mais. Não sabia que esse choro valia ouro. Estou vivendo no mistério e no silencio, e também no caos, não sendo cega e não sendo vidente. Quando penso que enxergo direito não enxergo, quando penso que não enxergo eu enxergo um pouco. Penso que aceitar e cumprir minha vida, vou levando em frente. Sou meu próprio caminho e sei que levo dentro de mim o dom de ser capaz e ser feliz. Fiz uma mistureba com letras de duas musicas e também palavras minhas heheh, Bel Talarico

sábado, 26 de março de 2022

Eu ouvi...

 A senhora vem  sempre aqui não é?

Sim!

 e está sempre sozinha, onde estão seu filhos, que não estão te ajudando.

(estava no saguão do ambulatório, para ir a recepção da oftalmologia de um hospital)

O questionamento continuou enquanto a pessoa me auxiliava para chegar até a recepção. eu já conheço e sei ir,  porem sempre aceito ajuda. 

Aposto que! quando é dia do seu pagamento de aposentadoria, eles aparecem.

Meus filhos estão em sua moradias e com suas famílias, com seus trabalhos 

preservados, mesmo com a pandemia. Prefiro assim. Então! comigo é o contrário

eu disse, eles que sempre me auxiliam, quando preciso. Se ele acreditou ou não, não me importa. Graças ao carinho, respeito e cuidado que eles tem por mim, não se descuidam de mim, mas me deixam viver a minha vida. Não precisam estarem

24 horas comigo. Fico pensando, o conceito que fazem, de nossos filhos.

 Claro! porque estamos tendo um pouco de autonomia porque somos idosos

 e ainda com deficiência visual no meu caso. Não fico aborrecida pois é isso

que a maioria passa, devido a desigualdade em todos os sentidos aqui no Brasil.

Obrigada meus filhotes que amo de montãoooooooo. Mami Bell

 Foto rosa clicada por Bel Talarico.



sexta-feira, 18 de março de 2022

Gratidão, emoção

 Hoje pela manhã fiz minha caminhada, aproveite e fui resolver algo.

Na loja de xerox ouvi! aguarde um pouco que desço com voce as escadas

. Aguardei pois é difícil, o corrimão está coberto de flores (aquela que tem espinho).

Marcio esse é seu nome, desceu comigo e fomos andando, me auxiliou até na porta onde fui. Resolvi o que pude, voltando o motorista me deixou, fora do ponto, na faixa de pedestre. Esperou eu passar e  também do outro lado outro ônibus parou também.

Esse movimento e respeito com os deficientes me encanta, me emociona ái eu chorei de gratidão. Estou em uma capital linda, as pessoas te vê, nem precisa pedir. Com tudo de triste que esta acontecendo, eu ainda acredito no ser humano pois

 sou também. Boa noite. Bell Talarico