quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Desiderata

Desejo aos meus amigos que compartilham comigo esse blog, sobre minha deficiência visual. Um ano de 2010 cheio de entusiasmo, superação e saúde. Estamos deficiente, mas estamos vivos e somos capazes sim senhores.
Aproveitando postei um vídeo intitulado Desiderata, narrado por Cid Moreira. E gostaria se algum amigo cego, ouvir! através desta postagem pelo programa que usam, se puderem me informar se conseguiram, ou se o programa não lê esse tipo de postagem, para eu saber e poder melhorar para todos. É que sou baixa visão e uso o programa Windows com o tamanho da fonte aumentada.
Obrigada a todos. Fiquem com Deus e Feliz Ano Novo.
Bel Talarico

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

"Carta em agradecimento"

Venho por meio desta página, declarar meu agradecimento a todos, os amigos que compartilharam comigo de uma forma ou de outra, pessoalmente, virtualmente, enfim; fizeram parte de minha vida em 2009.
Aos amigos e amigas virtuais, com seus blogs lindos e e-mail com suas mensagens. Mesmo não conhecendo pessoalmente, mas dá para sentir suas almas generosas pelas postagens.
Aos amigos da Acic, (Associação Catarinense para Integração dos Cegos) e baixa visão, aos Professores, não direi nomes porque todos são muito importantes, para eu continuar firme e serena, mesmo com a deficiência visual.
Aos amigos irmãos de ideal Cristão, da Seara de Jesus “Estação da Prece” onde fortaleço e alimento minha alma, com a doutrina de Jesus. E ali também procuramos ajudar nosso próximo, também com as irradiações através das orações.
Aos amigos colegas do artesanato, onde todos nós com garra e determinação nos encontramos nos sábados para mostrarmos nossas artes e aproveitamos e confraternizamos com todos, através de um bom dia, um abraço, uma palavra amiga.
Aos meus colegas de arte. Pintura em Tela O.S.T. e em especial ao meu professor, que é The Best, e passa sem receio tudo que sabe para nós, são mais de 30 anos de arte. Plástica..
A mestra em Tai Chi Chuan, que conheci neste ano, mas parece que faz anos, que nos transmite essa arte chinesa, com tanto carinho e cuidado, pois somos os alunos da Acic, para termos qualidade de vida e melhora do nosso corpo e espírito.
Aos meus familiares, irmãos e irmã consangüíneos, sobrinhos, a minha Mãe que está com 81 anos e graças a Deus tem uma saúde maravilhosa.
Em especial a minha irmãmiga, que faz toda a diferença em minha vida, desde que nos conhecemos por gente, juntas nas alegrias e na tristeza, mas sempre amiga e fiel uma a outra.( Ufa! Ainda bem) hehehe
Aos meus três filhos, esses são as jóias raras que Deus me confiou, se errei! Foi por amor! Fiz o meu melhor. E na falta do Pai, (desencarnada á 23 anos) nos unimos de uma maneira única e até hoje essa união, esse bem querer, esse amor está forte, temos uma cumplicidade, mesmo estando em lugares distantes, o amor permanece.
A do meio, meu sanduíche, hehe ou melhor minha flor de maracujá, essa voou para bem longe, mas nos falamos diariamente pela internet. Bendita tecnologia, não sou expert, mas tb não sou analfa byte.
Comigo tenho a caçula, nos amamos muito, mas estamos nos resgatando e nos descobrindo. Amo todos, pois sou mãe, porém cada tem sua peculiaridade, pois são espíritos únicos.
O primeiro, encontrou sua companheira e já me deu uma neta, que é o ser que nos trouxe luz (minha flor de maracujazinho) e está vindo outro, para sermos mais felizes.
Desejos a todos que Jesus ilumine suas vidas, pois esta data se comemora o renascimento Dele, mas que Jesus renasça todos os dias em nossos corações, pois assim nos dá esperança, a caminhada fica mais serena se tivermos uma luz a nos guiar, que descubram Deus dentro de si, e que em 2010 seja com muita saúde, com serenidade, pois serenos conseguiremos agir sempre para bem. Para nós e para nosso próximo.
Fiquem com Deus.
Obrigada, creio que inclui todos, Peço compreensão (perdão) se magoei alguém, pois quero entrar em 2010 bem, Se Deus assim permitir.
Bel Talarico
Florianópolis 23/12/2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

"Casa de Passagem"

Observando no período que estive internada, constatei que o Hospital realmente é uma casa de passagem. Um espaço para sermos curado, pois repouso é impossível, além das medicações e atenção dos enfermeiros, temos a dor e angustia de cada ser que alí está. Além do desequilíbrio do corpo o nosso emocional também pira. E com isso nosso espírito sofre. Minha gente! por mais que eu quisesse e tentasse ficar serena, se torna impossível. Principalmente, toda cheia de fios, remédios para tudo. Éramos em 6 mulheres em uma enfermaria, duas estavam a 15 dias, mas dormiam dia e noite, sem medicação de dormir, então elas não participavam consciente do que estava acontecendo com outras. Eu, o tempo toda lúcida, consciente de tudo, e com com a adrenalina a mil, pois ver alguém tendo parada cardíaca e sendo entubada na sua frente, foi demais para mim. Outras que estavam soltas sem seus medicamentos, puderam sair, mas eu não, tive que ficar. Gente! meu rim começou a funcionar parecia que o meu coração pulsava nele. Consegui chegar até o Toillet,então eu chorava, eu orava, só pedia a Deus força para passar por tudo, pois não era por acaso que me encontrava naquele momento ali. Os médicos e seus auxiliares fizeram tudo certo, a paciente ficou sedada até 2 horas depois ter lugar para a UTI, e o médico, bombeando ar para dentro do seus pulmões. Continua na UTI, mas está se recuperando.
Como disse é casa de passagem, pois ali você se recupera e volta a saúde do seu físico, podendo retornar para seu Lar terrestre e continuar a recuperação ou volta para p Lar espiritual, que não deixa de ser uma recuperação também. Então assim constatei que os Hospitais são realmente "Casas de passagens". Quando estamos ali, estamos na porta e não sabemos os desígnios de Deus. Então meus amigos! não é fácil, o medo aparece, mas não resta outra coisa a fazer, agradecer seja lá qual for a decisão de Deus. Eu voltei para meu Lar físico senão não poderia estar escrevendo para vocês. Mas com certeza mais reflexiva e procurando melhorar um pouco mais. Com a fé em Deus e Jesus mais fortalecida e com a certeza que o caminho da luz de Jesus vou seguir sem medo de ser feliz.
Obrigada pelas orações,
Fiquem com Deus.
Bel Talarico

sábado, 31 de outubro de 2009

Meu ponto fraco mais...

forte, são os meus olhos. Então vejamos sempre foram grandes com cílios longos, sem usar postiços, e sempre dizemos que os olhos são os espelhos da alma. Eu acredito firmemente nisso. Fiz muito uso deles, para atos menos nobres, hoje com certeza estou colhendo os frutos.Aos 22 anos comecei com miopia e logo fui usar lentes de contatos, na época só existia as duras. Aos 27 anos tive úlceras em ambos os olhos,pelo mal uso da mesma, que engraçado sempre nos dois, como dois pares de vasos gemeos. Fiquei quinze dias com ambos tampado fazendo tratamento, me recordo que mesmo sem ver, eu sempre com um orgulho idiota não aceitava ajuda. Mas quando me dirigia ao oftalmo eu ia falando dos lugares para saber se estava com noção de distancia.Colocava o dedo dentro do copo para saber se estava cheio e assim aos tranco e barranco passei por esse período. Continuei míope até hoje, quando menos espero a notícia bomba!!! GLAUCOMAAAAAA! em ambos os olhos, um sendo comparsa do outro hehe. Neste momento estou em tratamento de conjuntivite em AMBOS os olhos, e percebi que são nos meus olhos os pontos fracos mais fortes, depois da cirurgia há 3 amos, são 3 crises de conjuntivite, e sempre no verão. Então senti medo, devido a essa infecção perder o pequeno campo de visão que hoje em dia cuido como duas jóias preciosas, depois das cirurgias a miopia dobrou, em AMBOS os olhos, um com 6,50 e outro co, 5.Grau. Devido a isso, não conseguindo ver nem abri direito os olhos, depois de passado esse momento de medo, de insegurança, resolvi por em prática o que aprendi na Acic, fechei os olhos e comecei a fazer, o que me propus: tomei banho, escovei os dentes, peguei as roupas para uso, meias, tenis, ta certo que no tenis dei uma ajudazinha com os olhos, mas identifiquei todos os objetos pelo toque. E mesmo conhecendo minha casa, dei joelhada na cama, empurei cadeira, mas no geral foi de bom tamanho. Isso tudo para não forçar os olhos, depois desenterrei um oculos de sol, e lá fui eu ao centro da cidade. Levei um chapéu na bolsa, porque fiquei com vergonha de usar no coletivo, mas desci, prendi meus cabelos coloquei o chapéu, que me ajudaria na sombra para poder ver melhor. E fui toda faceira (mentira) para ver meus amigos. No caminho ouvi alguém dizer, ainda tomo coragem e uso meus chapéus!, parei! pois vi que era comigo, sorri e vi uma senhora dizendo que eu estava muito bem de chapéu e que ela ia tomar coragem e usar para se proteger do sol. Sabem fico realmente angustiada, com muito medo, insegura, quando percebe que a movimentação diferente nos meus olhos. Recentemente fui ao oftalmo e ele disse que a pressão estava boa e estabilizada, eu comecei a chora de emoção na frente dele, e ontem chorei de medo de perder o resto que tenho.
Hoje estou bem. Com ajuda de Deus.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"Quando os olhos não...

vêem o coração não sente", esse provérbio, para nós com deficiência visual não serve. Digo isto, pois comigo quando meus olhos não vêem, meus ouvidos vêem, escutando e lógico meu coração sente. Recentemente indo para o ponto do ônibus, ia me dirigir a aula de pintura, de repente ouvi que o ônibus passa e interessante que ao mesmo tempo outro foi em destino contrário. Sendo assim, logo retornaria e eu embarcaria para meu destino. Ex: os meus ouvido souberam definir perfeitamente,meu coração disse, perdeste o ônibus (então ele sentiu) mas durou pouco pelo fato de logo vir outro. No ponto do ônibus uma moça me perguntou se havia algum lá em baixo, como eles dizem para o ponto final, respondi que sim; e em seguida informei que se não estivesse enganada eu tinha visto ou melhor ouvido ele passar. Considerações: é que somos do mesmo condomínio, chegamos com diferença de minutos, eu tinha percebido, prestado atenção e sabia se viria ou não outro coletivo, ela não. Pois tem os olhos com sua visão boa. Mas reparei que as pessoas com visão boa dispersam muito, e só confiam no que vê, nem se lembram que todos os sentidos se ajudam. Que pena que temos que sentir as dificuldades para aprendermos a usar nossa máquina maravilhosa que Deus nos deu, que é nosso corpo.

Estava eu e a Duda (bengala) com uma amiguinha criança passando por um corredor meio escuro do Museu Cruz e Souza, o chão é com cerâmica xadrez de branco e preto. Como estava na rua, com sol claro, ao entrar eu fechei os olhos, pois assim seria mais fácil eu ir, pois se fosse tentar ver, ficaria difícil. Eis que senti uma mãos quente me pegando, levei um susto, perguntei! quem está aí! - É um policial para ajudar voce foi dito.
Meus olhos não viram, mais meu coração sentiu, e disparou! e como sentiu! porque dizem que alí mora um espírito de uma loira.hehehe. Susto refeito raciocinei, que realmente era um espírito, só que encarnado. Porque os desencarnados não teria a mão quente assim. Viram! Como esse ditado acima não serve para nós.
Fiquem com Deus e obrigada.
Beijos
Bel Talarico

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tudo depende...

De nós, do nosso livre arbítrio, se queremos estar bem, nos sentir bem. Digo isso, pois ficando em casa por 3 dias devido aos feriados,me senti muito bem, afinal em casa, no meu habitat tenho toda a segurança, conheço todos os cantos (é certo que de vez em quando dou com a cara na porta do armário, ou carrego cadeira sem querer)quase sempre porque alguém deixou a porta aberta, ou a cadeira fora do lugar, mas são situações pequenas. Hoje, fui ao centro da cidade para resolver assuntos pessoais, e inventei de ir por outro lugar (não aquele conhecido e mapeado)por pura curiosidade. Só que, a dificuldade, minha gente é muito grande, como provavelmente não estando 100% no emocional, tive vontade de sentar no chão, chorar! gritar!não sei se de raiva ou tristeza, pela minha condição. Um espaço de +- 50 metros, que pareceram km. Sempre aparece alguém educado querendo me ajudar. A minha vontade era de mandar eles catar coquinhos, ou quem sabe plantar batatas, ou gritar me deixem em pazzz!!!, não vêem que estou sofrendo!. São sentimentos de pena, momentos de não razão. Mas porque? tenho que aceitar? naquele momento não podia gritar, não podia chorar, eu estava em publico rodeadas de pessoas, mas ao mesmo tempo tão só, na minha dor. Que saco! porque sempre existe essa variação de sentimentos em mim. Claro que posso ficar brava, mas não tenho o direito de ser cruel com as pessoas. Por isso digo tudo depende de mim. De mudar o canal que estava com um filme ruim, mudando minha sintonia com irmãos espirituais, anjo da guarda, guias protetores e acima de tudo lembrar da existência de Deus, mas chorarrrrrrrrrrrrrrr muito, em casa. hehehe Devem pensar nossa! ela ficou lelé! fiquei não! eu sou lelé.
Estou melhor.
Beijos

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Continuando da continuação do começo.

No fim do ano de 2006, na semana do Natal e ano novo, tive infecção no olho direito. Corri ao médico de emergência, tratada a tempo me recuperei, pois além de ser no olho era próximo do cérebro. Mas correu tudo bem. Em Abril de 2007, voltei para feira de artesanato e as consultas ficaram mais espaçadas.
Em Julho, iniciei na aula de pintura em tela, quando pensava que com a diminuição da visão seria difícil, descobri um novo talento em mim, não tinha ideia que seria capaz. Assim continuei a pintar e a doar todas as telas feitas, só para ver um sorriso de quem a recebia, isso me fortalecia.
Até que em Dezembro no final do ano em 2007 novamente uma infecção repentina no olho esquerdo novamente, com o socorro imediato, porque não dá para esperar, para ver se melhora, precisei ir urgente ao médico oftalmo. Fiquei um pouco ansiosa porque em 11 de Janeiro de 2008, iria para São Paulo, com minha filha onde ela embarcaria para a França, eu queria acompanhar até onde fosse possível. Graças a permissão de Deus e o auxílio do medico oftalmo e minha disciplina estava boa e seguimos a viagem. No dia 18/01/2008 fui ao aeroporto, com lágrimas e um coração apertado, deixei partir para seu voo, na conquista de seus objetivos e posse de sua vida, mais uma filha. Continuei as pinturas, me aperfeiçoando cada vez mais, aprendendo sempre. Continuo participando da Acic, pois ali encontro conforto, com meus amigos iguais a mim, fazendo novas amizades. Hoje estou me preparando para começar fazer exposições, explorando as paisagem noturna, com o intuito de mostrar que: quando pensamos que tudo termina.Vem Deus e abre uma janela, claro que preciso querer ver essa luz que se abre. Graças a Deus eu consegui ver essa janela,com uma luz brilhando e eu seguindo no meu tempo. Sempre agradecida a Deus e Jesus pela nova caminhada, fazendo o meu melhor.
Desculpem pela tempo sem postagem. Foi um momento de reflexão, sempre necessário para meu espírito.
Beijos e fiquem com Deus.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ponto de referencia.

Recentemente conversando com um amigo, que ficou cego depois de adulto. Ele me veio com essa. Somos ponto de referencia. Pois a nossa conversa seguia o rumo de que as pessoas nos observam, como se fossemos ETs. Realmente é assim mesmo, quase sempre elas nem disfarçam, porque acham que eu andando com a minha bengala, só posso ser cega. Hoje em dia não me incomodo mais. Mas pensando no título, vejamos: Alguém pede informação a outra pessoas, se algum "cego" de bengala estiver a vista, provavelmente dirão: depois daquele ceguinho a direita ou a esquerda. Ou quem sabe depois daquele gordo, ou ainda daquele careca ou depois do negro, ou morador de rua, mendigo. Engraçado depois dizemos que não temos preconceitos. As vezes eu admiro esses países que dizem-se, com preconceito, são mais honestos que nós. Aqui no Brasil, somos mascarados, brasileiro bonziiiiiiiinho! E nós com deficiência visual nos tornamos diminutivo, ceguinho! ceguinha! Porque será? alguém sabe? se souberem por favor me digam. Alguém já ouviu aquele cadeirantezinho ou surdinho. Assim nos tornamos ponto de referencia para pessoas..hum!!!direi sem criatividade, para não ofender. Sei que não posso generalizar, mas a maioria com certeza são. Aplaudo os poucos que nós vêem como pessoas, sem distinção. São muiiiiiiiiiito pouco, mas já é alguma coisa. Esses fazem a diferença para nós.
Fico por aqui.
Obrigada.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Confiança

Nós deficientes visuais, temos muito em mente essa palavra "confiança". Mesmo porque não poderia ser diferente. A confiança em questão é nas pessoas. Digo isto, pois observando um dia deste, eu sentada dentro do coletivo que ia seguir o meu caminho, escutei um barulho, que para mim já é conhecido, a bengala tocando o chão, com seu som peculiar, pelo menos eu identifico longe. Reparei num colega de bengala que estava se dirigindo para saída, mas no nosso terminal de coletivos aqui em Floripa, temos muitos obstáculos, que são ruins para quem tem dificuldade visual. Mas aqui também temos um povo solidário, sempre pronto para nos ajudar. Então alguém se aproximou desse colega, e foi ajudá lo. Assim! ele segurou no braço e seguiu, o estranho, sem conhecer, simplesmente porque o estranho se prontificou a ajudar. Por isso digo que temos que confiar, pois acreditamos que podemos atravessar uma rua, naquele momento proposto pelo desconhecido. Digo a voces que senti uma dor na minha alma, me pareceu uma cena tão triste, ele seguindo, sem reclamar, sem se revoltar! Aí! parei de ter pena, pois na verdade estava era com pena de mim. Porque sei que existe essa probabilidade real de perder totalmente a visão. Mudei meus pensamento, e agradeci a Deus, por aquele momento e o amanha só a Deus pertence. Vivo o hoje, fazendo meu tratamento direito, como previsto pelo oftalmo. Usando meu tempo em coisas boas. Novas descoberta, como a pintura em tela, como o estude de música e outros. Conhecendo muitas pessoas maravilhosas, que nos dão apoio, suporte e acreditam na nossa capacidade como seres humanos que somos. Foi só um deslize de minha parte, já refeita estou bem.
Um abraço carinhoso de coração a coração.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eu e meu mundo.

Hum!!!voces devem ter pensado, que título mais egoísta. Mas não se stressem, é isso mesmo. Se pensarmos que vivemos num mundo globalizado, onde temos que interagir com outros seres, parece egoísta. Só que mesmo agindo, interagindo sempre temos o nosso mundo, um mundo só meu, só teu. Eu como uma pessoas com deficiência visual nesta vida, percebo que além do meu mundo, tenho um mundo com muitas diferenças, um mundo que não é pensado em nós. Vejam bem! por mais que eu explique como vejo as coisas, objetos, pessoas, paisagem ninguém saberá como isso se processa dentro de mim, no meus olhos no meu sentimento. Cada pessoa com visão sub normal tem sua particularidade como enxergam. Eu, vejo como se estivesse olhando dentro de um tubo, por isso o nome visão tubular, isso me limita, para tudo que estiver perto. Se alguém vier me cumprimentar, ouço a voz e preciso me afastar da mesma colocando-a mais longe e bem centralizada, senão não consigo ver. Isso fica constrangedor e sempre preciso explicar o porque do afastamento. Assim como, se estendem a mão para me cumprimentar, deixado muitas pessoas sem graça, com a mão estendida e eu ali feito uma tonta sem retribuir. E os trocos, pago e fico aguardando o troco, e ele está alíii!!! na minha frente a dois palmos do meu nariz e eu nada, porque será que as pessoas ficam olhando para mim, sem dizer nada, custa emitirem som!.Agora esto mais esperta, quando percebo a demora! olho para as mãos. Hoje me senti em papo de aranha, minha carteira está com ziper ruim no local das moedas. Quando fui pegar a cédula, lá se foram várias moedas para o chão. Dei uma olhada e não vi nada. Pensei! vou deixar assim, mas logo vieram ao meu socorro e acharam para mim, detalhe uma estava ao lado do meu pé. Meu campo de visão é mínimo. Naquele momento eu no meu mundo de decepção, um ato tão fácil de ser resolvido, para mim uma dificuldade extrema. Agora me digam! temos? ou não um mundo só nosso. Somos milhões de mundos, dentro do universo.
Beijos, Fiquem com Deus.
E mantenham acessa a luz de Jesus em seus corações.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PhD em...

Buracologia. É isso aí minha gente, mais uma ciência aplicável, e põe aplicável nisso. Nós deficientes visuais, somos conhecedores profundo dessa ciência, o dia a dia nos faz mestres. Eu descobri que conheço todos os buracos da minha cidade por onde passo. Acreditem! esses buracos são mutantes, se reproduzem com uma velocidade e mudam de formas assustadora. Tem buraco redondo,no próximo dia é ex redondo, pois já mudou de forma. Buraco fundo, raso, buraco com chifre, com perna, se deixar a minha imaginação vai longe, mas que eles existem! há como existem. Andando pela rua descobri que passo a maior parte do tempo, desviando, conhecendo esses malditos buracos, com isso o meu equilíbrio fica alterado. E tem mais, de vez em quando a minha bengala a (Duda) resolve achar o buraco primeiro que eu, então fica engraçado para os outros, porque para mim é chato. A bengala sempre vai a frente indicando que não existem obstáculos e também porque eu enxergo um pouco, muitas vezes vou pontuando a Duda, nestes buracos que ela vê e se enfia nele, acaba empacando e eu indo para frente. Ela não sai da minha mão, pois prendo ela no meu pulso com o seu próprio elástico. Dai, muito sem graça tenho que parar e tirar a danada que teima em ficar ali numa atitude indecente, enfiada no buraco. Engraçado que quando isso acontece, sempre o buraco é do tamanho dela, certinho para ela. hehe. Deixando a Duda de lado eu acho isso uma vergonha, não se pode caminhar decente, aposto que sempre é assim onde o povo anda. Os consertos são mal feitos, uma pequena chuva lá se vão os remendos e o dinheiro do povo. Claro que temos compromissos com o cuidado, com saber usar. Penso que temos buracos legal! querem ver? buraco no queijo,(bom) buraco na fechadura, (para espiar)hehe. Buraco negro! hí! esse é ruim, Buracos nas leis que os advogados são mestres em descobrir! pior ainda, buraco da aliança, para colocar um dedo em compromisso (esse é legal)buraco na arvoré como ninho do pica pau (esse é muito chuchuco) buraco nas matas, (pelo fogo), no amazonas pelo desmatamento (esses são piores ainda). Pensando bem, acho que buraco não é legal. Voces não acham?
Se querem alguém para palestrar sobre esse tema é só chamar a especialista em buracos, a Buracóloga Bel Talarico. Hehehe descobri uma nova profissão, será que terei sucesso?.

domingo, 13 de setembro de 2009

Sábado no Engenho

Era um sábado, maravilhoso com chuva descendo do céu lavando a nossa casa (a terra)estava frio,permitindo o aconchegos dos namorados, das familias, dos amigos. Estava eu lá com a minha companheira (Duda) minha Bengala Mágica mais que amiga, com outras amigas (moças) elas eram um sábado de sol.(Se eu disser que eram o mesmo sábado elas ficarão aborrecidas)eu acho hehe. Fomos lá para almoçarmos e ao mesmo tempo verificar a acessibilidade para nós deficientes, em restaurantes, porque é tema de uma conclusão do Curso de uma delas. Bom, o lugar é lindo, muito verde, estilo engenho, uma paz, muito aconchegante só que para pessoas normais. A acessilibidade foi zero a esquerda e o zero só tem valo se for colocado no lado direito.Mas não estranhei, aqui em Florianópolis, encontrei um restaurante acessível,está dentro de um hotel, e conheço muitos, e nenhum deles existem a preocupação nesse sentido. Os empresários devem pensar que nós deficientes vivemos de vento, ou quem sabe somos invisíveis. Eu aposto no invisível, e não damos retorno financeiro a eles. Pura ignorância, falta de visão, falta de informação, pois somos milhões mais informações no site: www.ibge.gov.br
Mas valeu pela acolhida. Vamos ser justo a comida do restaurante é muito boa.
E confirmei algo desta era, da corrida, da pressa, porque mesmo sendo num sábado o almoço era de lazer, as pessoas tem pressa, ficam impacientes vendo alguém em sua frente na fila muito devagar, porque eu estava me servindo sozinha. Tive que pedir para as pessoas passarem na minha frente para eu não ficar brava estava ficando incomodada com isso, e olhem que era 14:30 Hs. Que pena! para quem tem pressa, pois a vida é para ser caminhada, saboreada, percebida em toda a sua magnitude, em toda sua beleza que Deus nos deixou. Mas como temos o livre arbítrio! Fazer o que.
Pra mim só posso dizer que as companhias, foram maravilhosas, o sábado nublado com chuva foi aconchegante. E eu aproveitei,o que me foi lícito.
Há! meninas lindas se quiserem de novo estou as ordem OK heheh. Beijos
Fiquem com Deus.

sábado, 12 de setembro de 2009

Virei Cinderela?

Creio que todos nós conhecemos a história, linda e romântica da Cinderela, como sabemos ela a meia noite teria que estar em casa, pois tudo voltava ser real. A carruagem que viraria abóbora os cavalos que voltariam a ser ratos e assim segue...
Faz tempo que me sinto como ela,pois quando escurece já preciso estar em casa, ou se saio a noite preciso sempre de ajuda. Como glaucomatosa em ambos os olhos, a escuridão de fato é escuridão, porque como já dito, nossos olhos vêem o escuro com os periféricos, como não os possuo mais! fica difícil minha locomoção. Recentemente fui em um aniversário, que foi a noite acompanhadas por amigos. Para subir, descer escadas, andar sem luz, de fato é apavorante, me sinto totalmente desconfortável,mesmo fazendo uso da Duda (minha bengala mágica)coitada fica meio sem ação, porque mesmo sendo mágica ela depende dos meus comandos. E como vejo um pouco, meu cérebro ficou sem ação, naquele momento a visualização era 0 e zero não dá para calcular distancias, obstáculos etc. Eu sem saber o que vem pela frente, fiquei angustiada, embora a aniversáriante estivesse me conduzindo para a rua, pois era ora de irmos embora. Engraçado, mesmo sentindo desconforto, medo não perco a piada. Pedi a aniversariante que fosse um pouco a minha frente, pois se ela caísse em cairia também e teria ela como amortecedor. Coitadinha ela seria achatada hehehe Brincadeira a parte é que o condutor um pouco a minha frente, faz que eu siga o comando que ele faz, assim eu consigo ir com mais segurança. Continuando eu disse pareço um espírito na escuridão desesperado procurando luz. Literalmente é isso mesmo que acontece. Interessante que foi o corredor e escadaria mais longo! e tenso para mim.
Mas deu tudo certo, foi muito bom confraternizar com essa pessoa maravilhosa a passagem de seu aniversário.
Acho que estou mais para Cindercega ou Cindervelha, mas estou feliz e agradecida a Deus por essa pouca visão, que para mim vale muiiiiiiiito.
Beijos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Pequenos acontecimentos

Ter visão subnormal é ser ator de situação hilárias ou não. Hoje mais acostumada e com a aceitação do problema dou risadas pelas situação que ocorrem.
Muitas vezes estou conversando com alguém, esse alguém resolve sair e não me avisa, fico eu falando sozinha. Acho que outras pessoas pensam além de cega é louca! Claro que não deixo por esquecido, logo reclamo e digo por favor, quando saírem de perto me avisem.

Ou então pergunto por algo, ou onde, imediatamente apontam e dizem olha! é ali! é lá. Conto até 10 se precisar conto outra vez, e pergunto ali na direita?, esquerda? ou onde judas perdeu as botas ou lá na conchinchina ehe a mal criação fica só no pensamentos, se for amigos eu penso alto e aproveito também para orientar que digam com mais clareza pois minha referencia é o som.

Muitas vezes pergunto algo, a resposta vem em tom muito alto, as pessoas pensam que além de cega (para eles) devido a minha bengala magica também sou surda. Aliás isso também observo com muitos cegos na Acic, falam muito alto, provavelmente por não verem a pessoas se está perto ou não, mas as pessoas que enxergam não deveriam falar muito alto.

As pessoas pensam que com a visão vai nossa inteligencia, gostos, sentimentos. Uma ocasião fiquei com dois colegas cegos para levá-los a rodoviária, mas antes paramos no mercados público para comer algo, eles se dirigiam a mim perguntando o que eles queriam. Imediatamente eu dizia pergunte a eles, são cegos, não surdos e sabem o que querem.

Já ouvi, pessoas dizerem coitada! tão bonita, arrumada, elegante e cega. Será!!! que por estar deficiente visual, tenho que andar maltrapilha, suja ou quem sabe de cabeça baixa, além de procurar ver onde ando também abaixada de humilhação ou quem sabe de tristeza.

E a espera do coletivo, aqui em Floripa não é dificil, no meu caso, na minha rua só passa uma linha, então é esse que tenho que subir. O terminal é no centro num lugar só fica mais fácil. Mas recentemente li no blog do Ferrari que já perguntaram a ele se ele sabe o seu onibus pelo cheiro! pode? Poooooode!!! tamanha a falta de informação das pessoas. Taí uma sugestão quem sabe colocar cheiro nos coletivos além das cores de cada empresa. Ex: azul com cheiro de orquídea, vermelho com cheiro de pimentão hehehe acho que não é uma boa idéia, nossos olfatos entrariam em colapso.
Fico por aqui, Beijos a todos
Fiquem com Deus.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Não é fácil...

Continuando, fiz várias cirurgia, o pós operatório é imensamente cansativo, mas como sou um espírito participativo, vou fazendo a minha parte, um pouco desconfiada, com medo, com alegria, com todos os tipos de emoções. Me disseram faça terapia e irá te ajudar! e assim procedi, (todos os benefícios que procurei foram gratuitos) e todos muito bons. Procurei a Acic, Associação Catarinense para Integração dos Cegos e baixa visão, passei por triagem, com assistente social, para saberem o que é melhor para mim. Assim acabei indo para um grupo de ajuda mútua, que participo até hoje e onde fez e faz a diferença em minha vida. Lá encontrei um ser lindo, uma pessoas paciente, calma, tranquila, pequena na estatura, mas gigante no espírito, a coordenadora e psicóloga do grupo "esperança".
No primeiro ano fiquei arredia, só observando, perguntando a Deus, porque eu estava ali, o que Ele queria de mim. Chorei muito, compadeci de mim e de muitos colegas, pois cada um é diferente na sua deficiência, mesmo sendo visual, um olha com o cantinho de um olho, outro não enxerga com o meio, só enxergando com o periférico, outros só vêem sombras, os vultos coloridos sem definir quem é quem. Eu como sabem tenho a ilha (pequena) preservada com isso vejo um pouco melhor. Interessante que tudo é questão de ponto de vista. Já ouvi amigos dizerem (reparem que esses amigos de hoje, foram os colegas de ontem) ela enxerga tudo. Claro para muitos que não vêem mais nada, ou sombras etc. Sou uma pessoa auditiva, com isso o toque só era permitido com minha autorização (provavelmente pela criação me dada) então me sentia profundamente incomodada com o toque dos meus amigos, na fila do restaurante, pois é assim que nós podemos ver que a fila está andando e assim segue uma lista de coisas, pois a nosso tato vê é uma de nossas referencias. Me sentia envergonhada de estar ali, de precisar estar ali, quantas vezes passava quietinha perto de algum colega, para não sentirem minha presença. Muitos ainda hoje dizem! Você é nova aqui? digo não! mas não te conhecia. Eu os conhecia, mas na minha ignorância e não aceitação, fugia. Bom por hoje fico por aqui, pois agora que ja fazem 3 anos, há!!! como mudei, merece uma nova postagem, para não ficar muito longa essa aqui.
Obrigada minha linda Carlinha! espero que não se zangue comigo, pois coloquei seu nome sem autorização.
Beijos.
Fiquem com Deus.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Dançando na calçada...

Será dança? acho que estou mais para bêbada é assim que me sinto, caminhando pelos calçamentos desta cidade. Dizem que é uma das melhores em qualidade de vida, deve ser para as pessoas normais. Santo Deus!!! como é difícil podermos continuar com um pouco de independência. A cada 20 metros muda o desenho do calçamento, cada um faz de acordo com seu gosto, xadrezinho! lisinho! onduladinho! com buraquinho! com craterazinha! com paralelepipedozinho (nossa enrolei a lingua), com seixo rolado! com caquinho como moisaco e assim vão, há quase ia esquecendo e aqueles que fazem o calçamento como estacionamento, e ainda estacionam na rampa de cadeirante que eu uso também. Dá uma vontade de tacar a Duda(minha bengala mágica) na lataria ehehe, fica só no pensamento! estou deficiente da visão e não do juizo. Mas que dá, da.
O pior ainda é que nessa dança, fora de local, junto dança nossa coluna, nossas juntas, porque a cada saliencia que tem, sinto um baque na coluna, muitas vezes perco o equilíbrio e quase me esburracho no chão. O quase é a mão macia de alguém me auxiliando. Outro dia nesse quase, quase convidei o jovem que segurou minha mão para dançarmos alí mesmo, a dança das calçadas ruins. Piada a parte, realmente não dá, eu prefiro andar na beiradinha do asfalto, tem lugar que fica difícil e perigoso porque é rua de transito rápido. Fora que já ouvi: Sai da rua ceguinha! e eu fico rezando o Pai nosso, para me acalmar e não dizer a ele que ceguinha é a mãe!.
Temos também algumas calçadas em prédios novos ou reformados que são melhores, onde colocam os sinalisadores no meio do calçamento (uns em forma de tiras) porque os de bolinhas estão na beirada e tem um monte de coisas em cima, poste de luz, lixeiras, cavalete de placas para restaurantes, árvores plantadas, até para as pessoas ficarem em fila esperando o ónibus no terminal, serve pra tudo, menos para que; e quem realmente precisa. Bom pelo menos alguém ganha com isso, são os médicos ortopedistas, eu já estou com minha coluna estourada, conheço muitos nesta mesma condição. Assim vamos dançando pelos caminhos das calçadas com nosso caminhar trôpego.
Vamos dançar? digo caminhar?
Beijos, fiquem com Deus.

sábado, 29 de agosto de 2009

Adeus ao amigo...

Como sabem a Duda, minha Bengala Mágica, me acompanha em todos os lugares sem reclamar, muito solícita cumprindo com seus objetivos. Um outro dia eu disse que ela de vez em quando fica revoltada e dá uns chiliques. Fomos a Feira de artesanato, onde participo como expositora, é um lugar que me acalma, até aí nenhuma novidade, porém chegamos lá, fomos informada do desencarne de um amigo nosso e colega de Feira ( já se encontrava doente) fiquei compadecida sei que vamos sentir sua falta, aliás já estamos sentindo sua falta. Sendo assim: hoje foi diferenciado, pois saímos as 14:00 e fomos direto para o velório e enterro do nosso amigo. Fui porque me deram carona, isso foi muito importante, pude dar um abraço a companheira dele que também é minha amiga e colega dizendo que ele renasceu em outra dimensão é o que acredito realmente, sei que a ausência física será sentida. Tenho em meu computador uma pasta só dele com muitas mensagens lindas que recebia. Mas falando da Duda ela foi guerreira também e não me deixou na mão, porque em lugar desconhecido e principalmente com muitas pessoas próximo, fico desorientada para caminhar, então fico com receio de tropeçar e cair. Voces podem não acreditar mas meu medo é de tropeçar naqueles castiçais e cair levando para o chão eu e o caixão. Mas consegui com ajuda da Duda e de uma amiga, dar nosso último adeus fazendo uma oração, suplicando que nosso amigo seja recebido com serenidade nessa nova morada, e que sua esposa passe por essa etapa contando conosco. Então a Duda teve uma experiência diferente, mas que faz parte da nossa existência nesta terra, sei que posso contar com ela em todos os momentos para auxiliar na minha locomoção com segurança.
Vai em paz Jorge, sua etapa foi cumprida, desembarcasse do trem da vida primeiro, mas um dia todos nós desembarcaremos desse trem.
Beijos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Almoço que não aconteceu.

Hoje falaria sobre os deficientes visuais e os calçamentos, mas fica para outra postagem.
Por que fui convidada a participar de um projeto para conclusão do curso de uma jovem, sei que é tão linda quanto a irmã. Hã! ficaram curiosos né, para saber quem são essas meninas.
Mas por ora falarei um pouco sobre algumas situações (hoje hilárias) mas no dia fiquei furiosas.
Certo, dia na hora do almoço, tinha dinheiro, tinha tempo, tinha fome e tinha vários!!!! restaurantes, acabei não almoçando. Acho que naquele dia estava de nariz torto, não quis pedir ajuda, mas também ninguém me perguntou se eu precisava de ajuda. Bem feito para mim, fiquei sem almoçar e de mal humor. Acontece que os restaurantes aqui em Floripa, principalmente no centro são todos nos andares de cima das lojas, ou tem que subir alguns degraus. primeira dificuldade eu como tenho glaucoma, já perdi todo o periférico. Como disse o Oftalmo nossos olhos enxergam o escuro com um tal de bastonetes que se localizam no periférico, como não tenho mais o tal dos bastonetes, resultado no escuro sou como uma alma penada que procura a luz, no meu caso a luz do poste, luz das casas, dos ambientes. Andando devagar com meu andar trôpego(o dia estava lindo e eu com dia assim no ar livre fica melhor enxergar) passava por um, e cade o restaurante, só enxergava um treco preto, como porta, tentava olhar para dentro, a escuridão continuava, sem conseguir visualizar nada, lá ia eu para outro. Aquele que fica lá encima tentava ver a escada e nada e assim passei por vários e não tive coragem de entrar, e pedir ajuda, e fui ficando brava, covardemente coloquei a Duda (minha bengala) a trabalhar(hehehe batendo nas pernas das pessoas de propósito), pasmem! que esses restaurantes já eram meus conhecidos e amigos na época de visão boa, hoje são meus inimigos, quando estou sozinha, quando é a hora do almoço das 12:00 ás 13:00 das pessoas ditas normais, porque elas é que são cegas e loucas por fazer tudo rápido automaticamente. Em cima disse algumas, mas hoje falo só dessa, depois conto mais, Certo! Assim voces voltarão no meu blog para saber mais, afinal a curiosidade pra serve. hehehe
Obrigada.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Òióió! a ceguinha esqueceu!!!

Chega de chororo por hora. Essa frase do título, com certeza já foi dito muitas vezes, depois de eu me ausentar dos lugares. No começo, minha relação com a Duda (bengala) hoje mágica, naquela época, nós tínhamos uma relação de amor e ódio (não gosto dessa palavra, vou substitui-la por raiva). A Duda toda cheia de amor por mim, é paciente, é firme, mas de vez em quando dá uns cinco minuto, e cai pra lá, se solta e faz um barulho, crak, crak, (4 vezes) parece assim. Mas como disse, o meu relacionamento era sempre de raiva, vivia esquecendo ela, encostada no caixa do banco, na boca do caixa do mercados, no lado da gondola etc. Mas logo, era lembrada pelas pessoas que diziam assim: Moça? oi Moça ou Senhora, Senhora? está esquecendo sua bengala. Eu olhava para a pessoa e soltava um sorriso amarelo,(aquele da cor do burro quando foge), daqueles bem sem graça, de vergonha! claro. Afinal se sou deficiente visual! como esquecer minha bengala. E, as pessoas não sabem que baixa visão também pode fazer uso de uma bengala, daí ficava uma situação chata, como que eu estivesse fingindo. Bom!... eu pensava, que eles pensavam hehe. Eu sempre queria fazer as coisas no meu tempo de antes, até que hoje quando chego na boca de um caixa ou algo assim, primeiro fecho a Duda (hoje meu sentimento por ela é de amor) coloco-a em cima de algo, ou dentro da minha bolsa. Me recuso colocá-la no chão como um traste, mesmo porque depois fico com dificuldade de encontra-la e para pegá-la do chão, afinal meus pneus que teimam em permanecerem estacionados no meu estomago, dificultam esse ato. Não quero nem saber se tem fila atrás de mim, hoje é meu tempo que vale. Se tem alguém stressado atrás eu mando ir pescar. heheh brincadeirinha!
Quando eu ainda dirigia, mesmo com a dificuldade, porque os retrovisores faziam a vez do periférico, lá ia eu toda. toda. Após estacionar o carro, eu descia e pegava a bengala, mas o mais engraçado que a Duda ia no banco do carona, ainda bem que Deus foi benevolente comigo, pois poderia ter machucado pessoas inocentes pela minha teimosia em continuar no volante. Voces já pensaram como seria em uma dessas batidas estava eu dirigindo toda segura e depois saia fazendo uso da Duda. No mínimo seria altuada por falsa identidade, por direção perigosa. Mas prestem atenção na cena, depois me digam se não era hilária. A falsa cega, porque esquecia a bengala hehehe.
Hoje mais ajuizada e resignada não dirijo mais (mas ainda sei, sou capaz) não esqueço mais a bengala. Tenho um sentimento de gratidão a ela e a Deus que permitiu que alguém inventasse as Bengalas para nós deficientes visuais continuássemos a nossa locomoção. Continuando um pouco independente.
Beijos. Fiquem com Deus

domingo, 23 de agosto de 2009

Tres emoções extremas...

Retornando em 12/2005, recebendo a notícia bomba, dai é que subi até Belo Horizonte, pois ali nasceria, como nasceu minha primeira neta, hoje com 3 lindos anos e 8 meses. Interessante que a data é a mesma em relação a descoberta do Glaucoma, então fica fácil lembrar, pois a idade dela eu não esqueço. Ao meio de muito choro e pedindo permissão a Deus, que me desse a oportunidade de vê-la com os olhos físico. Graça concedida e muito agradecimento. Naquele mesmo ano, antes de continuar com a corrida dos olhos, pois então já estava sendo medicada, com colírio Timolol, Travatam meus olhos pareciam que estava drogada de tão vermelhos, me doíam, quase não podia abri-los para tentar enxergar, foram momentos muito difíceis. Tive outra corrida, estava com um tumor no maxiliar inferior, descoberto na mesma época do Glaucoma. Fui internada para retirada do mesmo, em 13 de Fevereiro de 2006, foi feito biopsia, correndo tudo bem, mas em recuperação da cirurgia no buco maxila, continuei no socorro dos olhos. Iniciei um tratamento com um especialista em glaucoma, em Março de 2006, foi feito troca de colírios, pois aqueles em uso não faziam efeito, a pressão ocular estava em torno de 38 e ainda para piorar minhas córneas são consideradas finas. Após mais 3 meses de tratamento, novas mudanças de colirio então em Agosto o Oftalmo me disse que precisaria ser operada, me explicou que os colírios em uso, já tinha usados todos disponível no mercado e não fazia efeitos. Me informou que no processo acelerados em dois anos provavelmente estaria completamente cega. Me disse dos procedimentos e riscos, mas disse que se voce ele nessa situação arriscaria, e assim aceitei. A cirurgia seria a Trabeculectomia, pois nessa altura Raio Laser não adiantaria.
Medidas tomadas, exames feitos do pré operatório, foi marcado para dia 23 de Setembro de 2006 a primeira, feito no olho esquerdo. Hoje com 5% de visão tubular.
Depois falo da recuperação que é bem cansativa, mas o medo de ficar cega é muito, então fiz todo o processo de recuperação direito. Há, o tumor no maxilar era benigno ok.
Mas olha gente! que ano cheio de emoções extremas. Por ordem, descoberta do tumor, descoberto do Glaucoma e nascimento da Sofia, que me deu forças para seguir. Tudo isso de 15 de Dezembro de 2005 a 01/01/2006. Não tinha outro jeito ou eu confiaria em Deus? ou desistia de tudo. Mas escolhi confiar, escolhi firmar minha fé. Hoje estou aqui, passando um pouco a voces tudo sobre controle. Graças a Deus, através dos nossos anjos de branco que estão aqui na terra para nos ajudar.
Obrigada.

sábado, 22 de agosto de 2009

Quando as lágrima se misturaram...

Um certo dia, precisando cumprir com compromissos, bancário e outras coisas tomei coragem, peguei minha bengala rumei ao centro do bairro. Estava ainda aprendendo usar a Duda, me lembro que estava tão mal, tão triste, revoltada, desci do onibus e fui caminhando como uma bêbada, pisando em falso eu chorava muito, a cada passo era uma lágrima. Me lembro que estava chovendo, coloquei um sobre tudo para me proteger da chuva e seguia com a chuva caindo no meu rosto, misturava com minhas lágrimas a bengala ia comigo tão bêbada como eu. O tempo de chuva fica escuro, também fica mais difícil ver, escurece no meus olhos. Tenho a imagem de uma mulher de capa preta molhada, cabelo escorrido e molhado pela chuva e minha alma em pranto e desespero. Lembro-me que parei em baixo de uma marquise e não me importei se alguém viu, naquele momento eu só precisava chorar, GRITEI!!!!! em silêncio, olhava o céu e tudo se misturava, as emoções, a raiva, a decepção, senti pena daquela mulher, daquele ser humano em sofrimento profundo, numa solidão assustadora, com medo, querendo me esconder, me encolher, entrar em uma toca, dormir! dormir!dormir! para sempre, tamanho foi o meu sofrimento, porque minha gente era um sofrimento do espírito sem dor física, mas quem já sentiu! sabe que o sofrimento da alma é uma dor que doi sem doer. Mas é tão intenso, que neste momento escrevendo este fato ocorrido estou emocionada e chorando, ao mesmo tempo sei que a doutrina de Jesus através do Espiritismo, foi o meu refrigério, senão pode ser que não estivesse aqui para contar isso para vocês. O sofrimento, o medo, tudo ainda existe, pois de vez em quando aparece, vem a tona, só que agora é mais ameno, menos dolorido. Hoje tenho Fé em Deus. "Porque a aceitação é o consentimento da razão e a resignação é o consentimento do espírito". Este relato é mais um desabafo e dizer a voces que sou fragil!, que sou forte!, que tenho medo!, que tenho coragem! que choro, que sorrio, em fim um ser cheio de defeito, emergindo minhas virtudes e procurando a evolução que é o destino de todos seres humanos. Beijos

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Andar trôpego.

Hoje, falarei sobre o andar, os passos de um cego ou baixa visão. Recentemente ouvi dizer que quando se nasce cego os passos são mais firmes em comparação das pessoas que adquiriram a cegueira no longo dos anos, ou até as pessoas com visão subnormal. Até posso concordar em termo, como sabem faz 3 anos que entrei neste mundo, sou uma observadora voraz, pois assim vou podendo me adaptar, vou aprendendo com os meus amigos e aceitar essa condição diferenciada. Reparei e já senti, que aqueles passos firmes de outrora não voltarão. Percebi que os cegos andam sim, por muitos lugares, mas antes tem um aprendizado, como os baixa visão também, somos como crianças entrando num mundo novo, aprendemos a andar, a fazer as coisas do dia a dia, só que a cautela sempre vem em primeiro lugar, diria mais o medo de cair, o medo de se ferir. E nosso tempo anda em camera lenta, em contra partida da maioria, que correm!, correm! também já fui assim, hoje digo que sou lerda. Tenho que sempre lembrar as pessoas que elas podem fazer mais devagar, mas eu não posso mais me apressar. E esse andar trôpego de todos que conheço, mesmo sendo guiado por outras pessoas, mesmo tendo domínio do nosso espaço faz parte de nós. Aquele andar, soberbo! forte!nunca mais, nesta vida. Mas isso não quer dizer que nos tornamos fraco, que não temos nossa vontade, nosso direito de ir e vir. Tudo está dentro de nós, merecemos respeito, temos objetivos, queremos carinho, amor afinal estamos cegos dos olhos e não da alma. Mas a ignorância das pessoas são tantas. Deus do céu!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Continuando........

Falando um pouco mais sobre a Duda (bengala), lembram-me que ela também abre caminhos. E é verdade, as pessoas vão me dando passagem. Agora gente! quando estou mal humorada faço uso dela da maneira como me ensinaram, inclusive fazendo barulho (tec,tec,tec) como eu olhando mais para baixo só vejo os pés e pernas das pessoas, é um tal de pés pra lá e pra cá desviando de mim, mas parecendo uma dança conduzida pela Duda. E quando o meu lado malino aparece, faço a mesma coisa e por dentro dou risada por ver a dança das pernas.
A Duda também ficou deficiente. com ela aconteceu assim: Sentando na frente próximo da porta, soltei a para ajeitar algo, e o motorista fechou a porta para seguir viagem, hi! não deu tempo ela ficou entalada pela fresta, puxei e nada, não tive outra alternativa, olhei para o motorista e disse: Moço? a Duda ficou presa!, ele não entendeu, se assustou! me perguntou o que? então repeti, ela ficou presa e mostrei a bengala. O motorista parou o carro, o cobrador desceu e foi salvar a Duda. hehe ela estava toda torta, na forma de um L. Para quem não conhece uma bengala para cego, ela é em forma de I, ele fez força, tentou desentortar a danada, a menina é forte, mas conseguiu deixá la em uso. Agradeci, mas quando desci, vi a bengala com uma barriguinha, chegando em casa, peguei meu martelo de poliuretano e dei, várias pancada, ficou melhorzinha. Foi então que lembrei da cara do motorista e caí na gargalhada, ainda bem que estava em casa, senão teria sido internada como louca. O coitado deve ter pensado que era alguém, de verdade. Acho que eles também devem ter rido da situação depois.
Informações técnica:
Nome:Bengala (guia para cegos)
Apelido: Duda
altura: 1 m e 22 cm,
Nº 48, gente! até a minha bengala é tamanho G
composição: formada por 5 gomos, na média de 25 cm cada.
Cor: Cabeça e pé preto, corpo branco, perna amarela, se junta por meio de elástico, nº40
Utilidade: ajudar os cegos e baixa visão, na locomoção.
que no caso da Duda, já foi trocado o elástico, então coloquei um vermelho mais fino dando muitas voltas, com isso o acabamento ficou bem de acordo comigo, toda descabelada, com os elásticos terminando em cima, espetados. Uma filha minha disse mamãe que coisa feia! eu disse pra voce, pra mim está linda. Um segredinho tenho duas bengalas, uma vip toda novinha em folha, que vai nos eventos sofisticado, e a Duda genérica, que me acompanha muito mais, tenho mais afinidade com a genérica de cabelo vermelho( digo elástico)
E assim caminhamos eu e Duda, minha Bengala Mágica, deficientezinha, ajudando outra deficiente.
Fico por aqui, desejando a todos que fiquem com Deus.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"Uma companheira e tanto"...

Hoje falarei como a "Duda" foi promovida a "Bengala Mágica" entrou na minha vida. Lá! pelo meados de Setembro de 2006, após a descoberta do glaucoma, já em tratamento com a primeira cirurgia marcada (Trabeculectomia). Por iniciativa própria pedi encaminhamento a uma Fundação do Estado que receberia orientação e auxílio óptico necessário. Tenho o telescópio "O galileu", tenho a lupa a "a zoiuda". Bem! passando por lá, conversei com assistente social, com psicólogas, com oftalmo e uma pá de gente, todos me dizendo, que estava com deficiência visual. Foi então que depois de um mês de treinamento lá e no centro da cidade, no dia queria enfiar minha cara no chão de tanta vergonha, com vontade de chorar, gritar, espernear. O professor de mobilidade, que foi homenageado pela Duda, porque ela tem o nome dele, só que no apelido, me perguntou no final, responda agora com franqueza, voce vai usar a bengala?. A emoção, a raiva diria NÃOOOOOO, mas a razão, ou o susto pois não esperava essa pergunta de supetão! disse sim!. Coitado! acreditou e me deu a bengala, mal sabe ele que ela ficou 7 meses (por pouco não nascia a Dudinha) na minha bolsa. A coitada passeou, andou, tudo dentro da bolsa no escuro, não deixando eu esquece-la, não reclamando de nada, inérte, fria, dura. Nesse período fiz terapia e depois de muita conversa, uma palavra mágica que ouvi (dor) prometi que sairia dali com ela e usaria sempre. Assim fiz, nessa altura do acontecimento, já tinha esquecido toda a lição que aprendi como usá-la. Mas fui, cambaleando, tropeçando, resvalando nas pessoas, nos obstáculo, a cara, quase no chão junto com ela de tão brava, humilhada que fiquei, nossa! foi um horror! literalmente. Hhehe, mas o meu lado malino, logo percebeu que poderia dar bengaladas nas pernas das pessoas, como que sem querer, assim fui fazendo sem dó, nem piedade, afinal alguém tinha que pagar! porque comigo?. Tenho uma filha que hoje mora em outro país, que acompanhou todo o processo da perda, das cirurgias (foram cinco), sempre muita carinhosas, cuidadosa com paciência me disse com carinho"Mamãe! voce já reparou que sua bengala é mágica" nunca me esqueço foi no terminal de ónibus que temos aqui, um lugar cheio de pessoas com pressa, perfeito para eu descontar minha raiva. Parei! olhei para ela, como assim? ela me disse pensa que não vejo mamãe que voce dá bengalada nas pessoas sem necessidade, voce estica ela mais do que necessários só para atingi-las ela não tem culpa do que está acontecendo com voce!. Abaixei os olhos com vergonha. Me disse ela, quando as pessoas se viram para trás, para tirar satisfação! elas vêem voce com uma bengala, então dizem "desculpe" senhora, me desculpe não a vi. A bengala é mágica" mamãe" ela transforma as pessoas, as deixam educadas, pense nisso! Continuamos sem falar uma palavra entramos no onibus, em silêncio, como sento na frente e ela na parte de trás do mesmo nos separamos. Aquela palavra" mágicas "me tocou fundo, mais ainda vindo , da minha filha, tão jovem e já com tanta sabedoria. Como não sou boba, acatei, desde então essa minha companheira a Bengala, se transformou em Mágica, com direito a um endereço na web, para ficar registrado ao mundo suas peripécias, como minha amiga, minha guia, meus olhos me permitindo um pouco de independência, sem nada cobrar, sem reclamar. Essa é a Duda a "Bengala Mágica"
E digo a voces que ela tem muitas histórias para contar.
Beijos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Buá!...Buá!...Snif!...

O meu cérebro, coitado deve estar ficando louco!, porque, quando eu penso que enxergo! não enxergo. Quando penso que não enxergo! eu enxergo. Sendo assim fico em cima do muro e a decisão que ele deve tomar fica difícil. Muitas vezes já pensei se não seria melhor a cegueira de uma vez, mas pensamento quando deprimida, porque na real estou agradecida a Deus pelo pouco que vejo. As coisa se processa assim: quando estou dentro do onibus, carro, janela parece que enxergo normal, como antes, mas então, aprecio o mar, maravilhoso que temos aqui, passando pela ponte que liga o continente com a ilha é de uma beleza ímpar. Acabo esquecendo da minha dificuldade, só que o bicho pega, quando tenho que caminhar, descer do onibus, levanto toda faceira e imediatamente fico empacada, por que não vendo o chão, os degraus, fico insegura, entra em ação a bengala mágica, que tem o nome "Duda". Daí minha gente é um tal, agora estou vendo, de repente não estou vendo, assim não dá! assim não pode!. O tico e o teco ficam em briga, um diz: ela está vendo! o outro retruca, não!! ela não está vendo!, e eu no meio, meio tonta páro: parou!porque?porque?parou!. Paro porque não consigo definir de imediato o que tem na frente para eu continuar. E quando estou indo num embalo, porque já mapeei a frente , um pedaço do caminho, alguém me chama, Izabel!!!!! ou o celular toca hehe. Bom!paro de novo, para atender ou tentar localizar quem me chamou (pela direção do som). aí entra o ouvido vendo. Celular atendido ou quem chamou? volto para continuação de minha caminhada, se saí da direção que eu estava indo, tenho que fazer um movimento de rotação (girar em torno de mim) com meus pés no chão sei que naquele espaço não vou cair. O movimento de translação, atender o celular, acenar para as pessoas, correr para pegar onibus, observar qualquer coisa que me distraia do meu caminhar, ficou no passado. Se quero ver um homem lindo! ou até uma linda mulher! porque não, gosto, admiro as pessoas que se vestem combinando as roupas, com seus acessórios, aprecio o que é belo, sou obrigada a ignorar ou então, parar, girar em rotação e acompanhar com os olhos, como isso fica muito indiscreto prefiro ignorar. Há! mas quando estou dentro de carro, no onibus, consigo continuar com essa prática prazeirosa. Duas vezes por semana , pego um onibus para ir a escola de pintura, como sento na frente, fico observando, e tem um moço que é motorista do mesmo! Deus do céu que coisa mais linda, meu pensamento voa, retorno ao meus 30 anos. Pensam! voces que estando quase cega eu deixei de admirar o que é belo! nananinanão. Mas 15 minutos depois a realidade, meio a meio, meio cega, meio vidente. Só me resta dizer para ele Obrigada e um bom dia pra voce. Respostas: Obrigado e pra SENHORA também. Buá.Buá...
E a realidade começa de novo...

domingo, 16 de agosto de 2009

Os sentidos fazem sentido...

Aprendemos na escola os cinco sentidos, visão, audição, olfato, paladar e tato, acho que acertei! Pois então! seguimos a nossa vida usando esses sentidos normalmente sem muita importância, sem verdadeiramente apreciar a capacidade de cada um, até que um dia voce é ferido em um deles. Aí sim: começamos a perceber que esses sentidos, fazem tanto sentido. Eles se invertem, expandem, ficam tão amigos, um ensina o outro. A visão ensina a audição, o paladar,o olfato, o tato. O ouvido ensina os olhos a ver, o tato a ouvir, o tato ensima a ver,ouvir,sentir e assim seguem em uma verdadeira escola, passando os ensinamentos a todos um troca troca maravilhoso. Hehehe voces devem estar pensando que fiquei lelé? quem sabe: talvez por isso que consegui perceber toda essa cinesia que somos capazes. Nesta postagem falarei dos olhos, lógico, depois postarei um a um, porque meu cérebro está numa verdadeira cinesia. Continuando, quando meu olhos foram feridos mesmo na angustia de morrerem, logo começaram a ensinar seus amigos a verem, primeiro foi o ouvido, como meus ouvidos vêem, quantas vezes faço uso dele para ver se posso passar uma rua, se alguém está se aproximando, ouço muito longe. Claro que se paga um preço por isso, os efeitos colaterais são, os barulhos meu Deus como o barulho maltrata meus ouvidos, a cada som alto, ou quem sabe sou eu que os ouço assim, é como uma bomba, doem. Quantas vezes gostaria de ter comigo um tampão para não sofrer muito. E os meus olhos, também se prontificaram a ensinar o tato para ver. Este hoje em dia acha as coisas próximas mais rapidamente que os olhos. É interessantes, quantas vezes me pego querendo ver, para achar algo, ficando difícil as mãos entra em ação rapidamente. Efeito colateral, as vezes tenho nojo do que pego, lavo as mãos mais assiduamente, também senti que elas estão mais sensíveis ao toque, a se machucar, ao calor. O olfato: esse ve sentindo o cheiro, percebo o cheiro onde pessoas normais não estão sentindo. Odor bom é agradável, mas também na mesma proporção do agradável, sinto o desagradável, posso identificar as pessoas pelo seu cheiro, seu perfume ou vice versa hehe. O paladar como ver com ele uma vez em um restaurante meus olhos viram algo na cor laranja, lindo demais, pensei oba! tem manga(minha fruta preferida)vou come-la com o almoço, na hora do paladar que descepção! era abobora, só que gosto de abóbora também ficou tudo certo, mas a experiencia e a observação ficou gravado em meu cérebro.Nesse exemplo foi o olho que se enganou, mas podemos comer algo sem ver o que é, e logo decifrarmos o que estamos comendo, isso é ver com o paladar.
Por hoje fico por aqui, desafiando voces a começarem e prestarem atenção nos seus sentidos, em todos os sentidos, porque nosso corpo é uma máquina, não!!! é um ser maravilhoso, que fala, que divide, que soma em função de ajudar seus amigos, todos os órgão que compõem essa máquina divina e finalmente o nosso espírito que vive dentro dele agradece pela amizade verdadeira entre eles, que mesmo um em dificuldade para cumprir com seus compromissos, todos se unem em uma só ação, para continuarem em sintonia perfeita.
E nós pessoas a pessoas porque não aproveitamos isso, para nos tornamos pessoas melhores, agindo no coletivos para todos seguirem, sem discriminações a todos e principalmente aos "ditos" diferentes.
Beijos fiquem com Deus


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"Então tudo escureceu"...

Retornando em "Quando começou", antes de me aposentarem como invalida, eu era corretora de imóveis, uma profissão muito tensa, de muita correria, sem horário, só que eu sempre fui tranquila "aparentemente" porque descontava e desconto na comida minhas ansiedades. Trabalhava em um escritório no oitavo andar, por isso conhecia bem o prédio com sua entrada, para chegar até o elevador andava num corredor comprido. Um dia chegando na entrada, entrei e escureceu como acontece quando saímos do claro (sol), mas quando nossa visão é normal, logo nos adaptamos com o escuro e voltamos a enxergar. Naquele dia isso não aconteceu, porque a adaptação é rápida, então fiquei no escuro, meus olhos não respondeu, mas eu segui até o elevador, tendo a parede como guia, sem alarde, sem escândalo, cheguei até o elevador, comprimentei quem estava na portaria, que não vi quem era! mas sabia que tinha alguém, olhei para cima reparei que visualizei o numero em cor vermelha dos andares. Bom o elevador chegou, entrei, coloquei a mão para selecionar o andar, percebe que tinhas umas bolinhas, hoje sei que é escrita em braille, contei os botões até o que eu queria, todo esse processo foi sem enxergar, sem chorar, sem falar nada para alguém, ou melhor sem pedir socorro, porque agi assim? não sei! orgulho?, medo?. Ai, já percebi que os contraste eu vejo melhor. Cheguei no andar, me dirigi até o local, não demorando muito sai novamente para a rua. Fiquei pensativa, trabalhei e marquei uma consulta com um oftalmo (particular), onde foi constatado o Glaucoma de ângulo aberto.
É muito importante fazermos exames do fundo do olho, medirmos a pressão do olho, vejo que tem muitas pessoas que quando digo sobre a pressão do olhos eles pensam que é a mesma pressão do corpo. Em 5 gerações sou da terceira e sou a única com glaucoma.
Para o momento fico por aqui. Tenham todos um bom dia, com serenidade e amor de Jesus em seus corações.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Acompanhando o blog do Ferrari

Antes de comentar do meu dia, digo a voces que estou acompanhando um blog com o endereço www.blogdoferrari.com.br que vale acompanhar. Estou encantada e ao mesmo tempo humilhada, enquanto o site dele é realmente uma Ferrari, o meu não passa de um Fusquinha uma bengala hehe. A trajetória desse menino de 33 anos é linda, maravilhosa, quanto temos que aprender com suas postagens! com suas experiências. Chega! querem saber mais acompanhem ok. Mas não esqueçam do meu Fusquinha.
O dia de hoje, não foi diferente no sentido que precisei ir em uma lan house, em uma loja de fotos, para imprimir, em um cartório e em um restaurante. Como sempre observando as dificuldades e limitações (não dá para esquecer) e vendo que nada é feito pensando em nós, deficientes, mas consumidores potenciais.
Analisando:! a lan, está no andar de cima com uma escada que mal me cabia, além disso em caracol na cor preta. helele fui subindo me ajudaram achar a escada e pediram para alguém lá em cima vir me auxiliar, mas como se só cabia eu. Subindo,subindo bati o ombro numa saliência na parede. Ai! me machuquei, continuando, não perguntei! mas duvido que tenha computador com programa para os cegos.
Loja de fotos, na sobre loja, toda em vidro e moveis branco, pensei que estava nas nuvens, perguntei aqui ainda é foto? Obs: o branco, o preto, o transparente eu não consigo ver, sem ver, sem calcular a distancia! e bum!!! cara na porta com certeza hehe.
Cartório, tudo escuro, e acima uns 5 degraus da rua, mais parece um museu, balcão escuro, banco escuro. Acho que por ser uma casa tombada, eles também estão tombando tudo, pode ser uma casa antiga, mas cotemporanea.
Restaurante: No alto do 1º andar, escada em madeira escura, ou melhor pintaram de branco mas já saiu a tinta e surgiu o preto, em curva. salas para almoçar com tantas mesas e cadeiras, que demos que nos espremer, pedir licença, prender o fôlego, encolher a barriga para passar, algum lugar mais largo para cadeirante? para cego? Há!!, os cadeirantes não comem vivem de ventos, coitados! coitado nada, coitados são esses empresários que só pensam no dinheiro, esses sim são os verdadeiros deficientes. Por que são deficiente da alma, da sensibilidade.
E escureceu tudo ficou pra depois hehehe.
Beijos Fiquem com Deus

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Respondendo a Célia...

Quero que saibas, que também tenho medo, procuro não deixar o passado me culpar, nem o futuro me atormentar. Pois o passado já passou e o futuro só a Deus pertence, por tanto minha amiga vivo o presente, ( tem esse nome, pois é o PRESENTE de Deus para nós) um dia de cada vez. E sempre pela manhã quando abro os olhos e vejo a dia, dou um sorriso e agradeço a Deus, por mais um dia, mais uma oportunidade de continuar vendo com os olhos físicos, mesmo em percentagem pequena, mas o suficiente, pois com os olhos do coração já aprendi a ver. Obrigada pelo carinho.

Sentindo
O dia de hoje, tive um momento de emoção, foi algo pequeno pra voces, eu acho. Com a visão subnormal tenho que alongar meu caminho, até as sinaleira ou pedir ajuda, até mesmo esperar ajuda. Sendo assim para eu atravessar duas ruas, num cruzamento que seria muito fácil em situação normal, tornasse difícil. Muintas vezes além de atravessar uma a uma, fico no aguardo com minha bengala mágica esperando uma oportunidade para atravessar.
Passa um, dois, três vários carros, onibus é rua de transito rápido, e a sinaleira fica longe! Assim esperando; um carro na pista da esquerda diminuiu e parou para eu passar, mas antes ele foi diminuindo e para minha maior segurança virou o carro levemente para a
pista da direita, não deixando outros passarem até eu atravessar. Agradeci, atravessei e me emocionei, porque tem pessoas que se importam conosco. Essas atitudes me faz ver que nem tudo está perdido, aliás nada se perde nesse mundo de Deus. Pensando bem, verifiquei que agora estou mais sensível, emotiva, percebo pequenos detalhes. Infelizmente tive que passar por sofrimento para crescer. Ainda bem que acordei a tempo. Isso me dá uma certeza que estou tendo uma chance e com isso posso permanecer com essa visão física até o fim.

Voltando ao quando começou, e tudo escureceu! conto amanha, agora estou com sono e meus olhinhos já se cansaram da claridade do comput. Beijos
Fiquem com Deus e obrigada.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Minha primeira vez...

Hoje, eu os meu amigos da Acic fomos ao CIC Centro Integrado de cultura, aqui em Floripa, ver uma exposição de duas ceramistas. Fiquei muito eufórica, porque foi minha primeira exposição depois que fiquei com a visão subnormal. Para quem não sabe estou pintando telas a óleo, estou muito curiosa para conhecer esse mundo das artes. Acaricia aqui. mexe ali, fui sentindo e fazendo minha leitura, da minha percepção de tudo. Achei muito lindo, mas descobri uma coisa, tentei ver com os olhos, mas como estava escuro com luz só nas peças, tinhas peças ocas também, acabei optando peça mãos através do toque, a descoberta foi que: com o toque das mãos meus sentimentos e percepções foi diferentes, quando consegui ver com os olhos. E confesso que com os olhos eu me assustei com as forma que registrei, tive medo, em contra partida com as mãos o sentimento foi muito bom. Foi uma esperiência e tanto. Já estou no aguardo para o próximo encontro em outro museu, que se dará em Setembro.

Voltando quando começou!!, outra situação ocorrida, foi que eu tropeçava em todos os degraus, nos meio fios, quase caía, mas o meu equilíbrio era bom, pois ficava só no quase (minha filha disse mamãe aquela música, nóis trupica mais não caí é boa pra voce) hehe riso a parte! Isso se dava porque eu não enxergava mais nos periférico, meu cérebro não conseguia calcular a distancia, então eu tropeçava. Mas eu na minha ignorância vivia detonando a nossa prefeita, dizendo, que era um horror andar, na rua com buracos e outras cositas mais. etc. É tão fácil por a culpa em alguém né, que não seja nós. Até que um dia tudo escureceu! e eu vou contar na próxima postagem. Beijos Fiquem com Deus.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quando começou?...

Não sei exatamente quando começou, mas de concreto tenho que em Dezembro de 2005 fui ao oftalmo, exames feito aqui, feito vários em horários diferentes, 15 dias após veio o diagnóstico. Voce está com Glaucoma em ambos os olhos. Senti como se recebesse um soco no estômago, fiquei gelada, senti girar os sentidos, não soube o que responder e nem o que perguntar. Pois no meu pensamento e entendimento essa palavra Glaucoma era sinal de cegueira, como de fato é, se não for tratada a tempo de estabilizar, porque estrago feito, não tem como retornar.

Voltamos aos sinais dados por nosso corpo, que só depois entendi. Lembro me que ao dirigir, retornando da feira de artesanato que participava na Lagoa da Conceição em Floripa, para chegar até lá tem que descer e depois subir na volta a serra, aqui chamam de morro da lagoa. Sempre me considerei boa motorista e de fato era, pois os amigos sempre comentaram a respeito. Subindo ou descendo o morro comecei a ir para lado do guardi rail, ou para meio encima dos olhos de gatos, percebendo essa dificuldade, achava que era descuido, ou quem sabe por estar envelhecendo, estivesse perdendo o reflexo e isso fosse normal.

continuo no próximo capitulo digo postagem. Boa noite