quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ponto de referencia.

Recentemente conversando com um amigo, que ficou cego depois de adulto. Ele me veio com essa. Somos ponto de referencia. Pois a nossa conversa seguia o rumo de que as pessoas nos observam, como se fossemos ETs. Realmente é assim mesmo, quase sempre elas nem disfarçam, porque acham que eu andando com a minha bengala, só posso ser cega. Hoje em dia não me incomodo mais. Mas pensando no título, vejamos: Alguém pede informação a outra pessoas, se algum "cego" de bengala estiver a vista, provavelmente dirão: depois daquele ceguinho a direita ou a esquerda. Ou quem sabe depois daquele gordo, ou ainda daquele careca ou depois do negro, ou morador de rua, mendigo. Engraçado depois dizemos que não temos preconceitos. As vezes eu admiro esses países que dizem-se, com preconceito, são mais honestos que nós. Aqui no Brasil, somos mascarados, brasileiro bonziiiiiiiinho! E nós com deficiência visual nos tornamos diminutivo, ceguinho! ceguinha! Porque será? alguém sabe? se souberem por favor me digam. Alguém já ouviu aquele cadeirantezinho ou surdinho. Assim nos tornamos ponto de referencia para pessoas..hum!!!direi sem criatividade, para não ofender. Sei que não posso generalizar, mas a maioria com certeza são. Aplaudo os poucos que nós vêem como pessoas, sem distinção. São muiiiiiiiiiito pouco, mas já é alguma coisa. Esses fazem a diferença para nós.
Fico por aqui.
Obrigada.

Um comentário:

Noemi Szcypula disse...

E quando os cegos estão parados numa esquina e alguém decide que querem atravessar a rua, é muito engraçado, a pessoa já pegando no braço a arrastando à outra sem menor cerimonia.